terça-feira, 30 de junho de 2009

Formação dos Mundos

Idéias Principais:
Corpos simples (ou puros) são formados de uma só substância única. Corpos compostos são formados de mais de uma substância.
Matéria cósmica é uma única substância primitiva, geradora de todos os corpos, mas diversificada em suas combinações.

A matéria cósmica primitiva continha os elementos materiais, fluídicos e vitais de todos os universos que estadeiam suas magnificências diante da eternidade.
Sucedeu que, num ponto do Universo, a matéria cósmica se condensou sob a forma de imensa nebulosa.
A nebulosa geratriz, pois, não terá dado nascimento a um só astro, mas a centenas de mundos destacados do foco central.
Com relação aos seres vivos, a Terra lhes continha os germens que aguardavam momento favorável para se desenvolverem. Os princípios orgânicos se congregaram, desde que cessou a atuação da força que os mantinha afastados, e formaram os germens de todos os seres vivos.
Síntese do Assunto:
Tudo o que existe é obra de Deus. Por isso dizemos Criação Divina, reportando-nos a esse imenso Universo que, como diz Kardec, “abrange a infinidade dos mundos que vemos e dos que não vemos, todos os seres animados e inanimados, todos os astros que se movem no espaço, assim como os fluidos que o enchem”. Mas, como criou Deus o Universo? A resposta a esta pergunta é ainda um mistério, como o é a própria existência do Criador e não será a inteligência humana, no estado em que por enquanto se encontra, que irá penetrar tal mistério. Temos de conformar-nos, portanto, a esse respeito, com o que disseram a Kardec os Espíritos Superiores, por intermédio de um deles, e se encontra na resposta à pergunta 38 de O Livro dos Espíritos: “Como Deus criou o Universo? Para me servir de uma expressão corrente, direi: Por sua vontade. Nada caracteriza melhor essa vontade onipotente do que estas belas palavras da Gênese: - Deus disse: Faça-se a luz e a luz foi feita”.
Sabemos, entretanto, também pela revelação dos Espíritos superiores, que Deus criou fundamentalmente dois princípios diferentes, diametralmente opostos por suas qualidades essenciais, que são os dois elementos gerais do Universo: o elemento material (bruto) e totalmente inerte, e o elemento espiritual (inteligente), suscetível de elaboração e desenvolvimento evolutivo, objetivando à realização de individualidades conscientes, dotadas de razão e de vontade. Com este segundo elemento, criou Deus os Espíritos, que são os seres inteligentes, conscientes e livres, por isso mesmo responsáveis, do Universo, sujeitos as leis morais. Com o primeiro, o elemento material e bruto, formou Deus os mundos que rolam no espaço, sujeitos apenas às leis da Mecânica Celeste, bem como todos os seres que formam a Natureza desses mundos. É deste elemento material que vamos especialmente tratar nesta síntese, ao mesmo tempo que, à luz da Doutrina Espírita, procurar penetrar, por pouco que seja, na origem e formação dos mundos. Chamemo-lo simplesmente de matéria e tentemos defini-la.
Em um simples esboço de definição, podemos dizer que matéria é tudo o que existe constituindo o Universo físico, isto é, onde ocorrem os fenômenos que afetam os nossos sentidos, estejam eles desarmados ou armados com potentíssimos instrumentos ópticos - os telescópios, espectroscópios, microscópios, os quais nos possibilitam observações muito além do alcance natural de nossos órgãos sensórios, levando-nos tanto aos gigantescos mundos, estrelas e galáxias que enchem o espaço, como às mais íntimas estruturas dos seres e das coisas no nosso mundo e de outros, relativamente próximos da Terra. Mas é infinita a extensão do Universo Material e, para estudar a matéria, a fim de bem compreendê-la e defini-la, tem necessariamente o homem que reduzir suas observações a porções limitadas da matéria que se encontre a seu alcance, verificando a possibilidade de generalizar os resultados das observações assim feitas a toda matéria do Universo.
Ora, os corpos embora tenham todos propriedades gerais que os identifiquem como materiais, à mais simples e superficial observação, vê-se que diferem, extraordinariamente uns dos outros, podendo apresentar variedades de aspecto quase infinitas. Diferem em primeiro lugar pelo estado físico, podendo apresentar-se no estado sólido, liquido ou gasoso, ou ainda em estados intermediários, como o pastoso ou o de vapor. Se nos ativermos agora somente aos corpos sólidos, veremos que eles diferem pela forma exterior, e é atendendo a essas diferentes formas com que os designaremos: um cilindro, uma esfera, um cubo ou uma pirâmide; uma lâmina, uma chapa, um fio ou um anel; uma grade, uma mesa, uma cadeira, uma estante; árvore, erva, musgo, cogumelo, cão, gato, boi ou homem. Mas, além da forma, também podem distinguir-se pelas dimensões, e ninguém confundirá uma mesa de determinada forma e avantajado tamanho com uma mesinha exatamente da mesma forma, mas com as dimensões de um brinquedo de criança.
Há, porém, uma terceira coisa que permite distinguir mais profundamente os corpos uns dos outros. Vejamos: Consideremos cinco esferas (portanto da mesma forma) e exatamente das mesmas dimensões. Distingui-las-emos perfeitamente pela constatação de que uma, por exemplo, é de vidro, outra de madeira, mais outra de ferro, ainda outra de cobre e a última de marfim. Esta coisa que permite distinguir dois ou mais corpos, ainda que tenham a mesma forma e as mesmas dimensões chama-se a substância do corpo. Dir-se-ia, assim, que cada corpo tem a sua substância individual e unívoca, isto é, constituída de partes absolutamente iguais umas às outras, formando o que se poderia chamar de um corpo puro. Em realidade, entretanto, as coisas não são bem assim. O estudo de diversas amostras de matéria provindas quer da Natureza, quer da indústria humana, mostrou que somente algumas podem efetivamente considerar-se substâncias puras, isto é, espécies individuais de matéria caracterizadas por propriedades específicas e invariáveis; enquanto que inúmeras outras, em imensa maioria na Natureza, são constituídas de porções diferentes, separáveis por processos apropriados, ditos de análise imediata, mostrando que são, em verdade, misturas de duas ou mais substâncias, misturas que podem ser mais ou menos heterogêneas ou aparentemente homogêneas, conforme as dimensões das partículas em que se encontram divididas as substâncias misturadas. Corpos puros, isto é, formados de uma só substância individual, isolada de qualquer outra, são raríssimos na Natureza, podendo citar-se, como um dos pouquíssimos exemplos, as amostras de quartzo hialino ou cristal de rocha, constituídas de oxido de silício ou sílica, substancias que nessas amostras se encontram em estado puro. A obtenção de corpos puros é obra da indústria química, em quantidades consideráveis. Obtidos os corpos puros, verificou a análise química, entretanto, que nem todos são constituídos de princípios materiais indecomponíveis e unívocos, revelando-se, ao contrário, a grande maioria, decomponíveis em outras substâncias, as quais, por sua vez, podem ainda decompor-se; ou não mais. Foram essas substâncias, assim decomponíveis em duas ou mais outras, chamadas substâncias compostas. Há, todavia, um pequeno número de substâncias simples, isto é, indecomponíveis, delas não se podendo extrair outras substâncias, senão elas próprias, mostrando que constituem princípios elementares e unos, pelo que foram também chamadas elementos químicos.
Cabe aqui, agora, uma observação elucidativa. Os químicos antigos diziam corpos simples, em vez de substâncias simples, estendendo as propriedades das substâncias aos corpos que elas formam. Abrangiam, assim, na mesma designação, corpo e substância, e que não apresentava maior inconveniente, pois no corpo, quaisquer que sejam sua forma e dimensões, se refletem evidentemente as propriedades inerentes à substância que o forma. É por isso que nos livros escritos por Allan Kardec aparece frequentemente a expressão corpos simples e que em A Gênese, livro que ele publicou em 1868, pode ler-se, em comunicação oriunda do Espírito Galileu: “A Química, cujos progressos foram tão rápidos depois da minha época, fez tábua rasa dos quatro elementos primitivos que os antigos concordaram em reconhecer na Natureza”.
Em compensação, fez surgir considerável numero de princípios, até então desconhecidos, que lhe pareceram formar, por determinadas combinações, as diversas substâncias que ela estudou. Deu a esses princípios o nome de corpos simples, indicando de tal modo que os considera primitivos e indecomponíveis e que nenhuma operação, até hoje, pode reduzi-los a frações relativamente mais simples do que eles próprios.
Resumindo e atualizando, pode dizer-se: A Química, até o momento, pôde estabelecer a existência de um certo número de princípios materiais primitivos e indecomponíveis, os elementos químicos, os quais formam por si mesmos e isoladamente, ou combinados entre si, todas as substancias dos corpos. Em número de 92 (os elementos químicos naturais), escalonados desde o Hidrogênio, que é o primeiro da escala, até o Urânio, que é o ultimo, existem no estado atômico, ou seja: de corpúsculos chamados átomos, tendo massa e volume ínfimos, variáveis conforme os elementos, mas fixos e característicos para cada elemento. É pela agregação desses átomos que se formam todas as substâncias naturais ou industriais. Quando se agregam átomos de um só elemento, formam-se substâncias simples; quando se combina átomos de dois ou mais elementos, formam-se substâncias compostas. Eis o que, em brevíssimo resumo, os químicos puderam estabelecer. Mas onde os homens não podem ir com seus mais poderosos instrumentos de análise, penetram os Espíritos Superiores e nos vêm revelar que, além do estado denso, que conhecemos no nosso mundo, a matéria reveste estados mais sutis puramente fluídicos. Esses fluidos enchem todo o espaço, originários, por sua vez, de uma substância elementar primitiva e única, fluido universal ou matéria cósmica, que, em realidade, é a fonte de que, por modificações e combinações variadíssimas, provém tudo no Universo, mesmo a matéria mais densa.
Dignas de toda consideração, pela beleza e verdade que encerram, são as afirmações de Galileu Espírito, na comunicação já antes referida: “À primeira vista, não há o que pareça tão profundamente variado, nem tão essencialmente distinto, como as diversas substâncias que compõem o mundo; entretanto, podemos estabelecer como princípio absoluto que todas as substâncias, conhecidas e desconhecidas, por mais dessemelhantes que pareçam, quer do ponto de vista da constituição íntima, quer pelo prisma de suas ações recíprocas, são, de fato, apenas modos diversos sob que a matéria se apresenta; variedades em que ela se transforma sob a direção das forças inumeráveis que a governam”.
“Há questões que nós mesmos, Espíritos amantes da Ciência, não podemos aprofundar e sobre as quais não poderemos emitir senão opiniões pessoais, mais ou menos hipotéticas. A com que nos ocupamos, porém, não pertence a esse número. Àqueles, portanto, que fossem tentados a enxergar nas minhas palavras unicamente uma teoria ousada, direi: abarcai, se for possível, com olhar investigador, a multiplicidade das operações da Natureza e reconhecereis que, se se não admitir a unidade da matéria, impossível será explicar, já não direi somente os sóis e as esferas, mas, sem ir tão longe, a germinação de uma semente na terra, ou a produção dum inseto”.
“Se se observa tão grande diversidade na matéria, é porque, sendo em número ilimitado as forças que hão presidido às suas transformações e as condições em que estas se produziram também as várias combinações da matéria não podiam deixar de ser ilimitadas”.
“Logo, quer a substância que se considere pertença aos fluidos propriamente ditos, isto é, aos corpos imponderáveis, quer revista os caracteres e as propriedades ordinárias da matéria, não há, em todo o Universo, senão uma única substância primitiva: o cosmo ou matéria cósmica dos uranógrafos”.
A ciência moderna já se vai aproximando dessa grande verdade. O próprio átomo, considerado a princípio como partícula última da matéria, corpúsculo indivisível, uno, indissecável, sabe-se hoje que é um complexo de partículas sub-atômicas, prótons, nêutrons e elétrons - entre as fundamentais, e que se estruturam em número e modo diferentes, conforme cada elemento químico.
Nos mundos como a Terra, ao lado dos corpos materiais que formam o substrato permanente do solo ou crosta terrestre, das águas, dos mares e dos gases da sua atmosfera, há seres que apresentam um ciclo de existência, isto é, que nascem, crescem, desenvolvem-se e reproduzem-se, definham e morrem. São os seres vivos: vegetais e animais. Nos seus corpos não há a estrutura simples e relativamente homogênea de um mineral, mas a heterogeneidade de uma organização complexa, órgãos que se associam em sistemas e aparelhos, com vistas à realização das complexissimas funções vitais. Os órgãos são formados por tecidos específicos, os quais, por sua vez, resultam da associação de pequeninas células. Caracterizam-se, assim, os seres vivos por sua organização celular, havendo-os também unicelulares, isto é, formados por uma só célula. A célula é a unidade vital e nela se realizam, apesar de sua pequenez, por intermédio de orgânulos ou corpúsculos celulares, todas as funções que caracterizam o ciclo da vida, desde o nascimento até a morte meramente material; a formação dos seres vivos obedece às mesmas leis químicas que regulam a formação das substâncias minerais, quer dizer: as substâncias orgânicas, que entram na constituição dos corpos vegetais e animais, são formadas dos mesmos princípios ou elementos químicos e obedecem, na sua formação, às mesmas leis que regem a formação das substâncias orgânicas. Ora, sabemos como se formam os compostos minerais: os elementos se combinam obedecendo, em primeiro lugar, às afinidades existentes entre eles e decorrentes das estruturas específicas de seus átomos; e, em segundo lugar, às leis das combinações químicas, entre as quais, sobrelevam a da conservação das massas (de Lavoisier) e a das proporções definidas (de Proust).
Quando em dadas condições, os elementos se combinam para formar um determinado composto, as massas que se combinam não são quaisquer, mas guardam entre si e com a massa do produto da reação, relações constantes. Por exemplo: o hidrogênio e o oxigênio apresentam grande afinidade química e em condições apropriadas se combinam para formar água, também chamada protóxido de hidrogênio ou, mais corretamente, monóxido de hidrogênio. Ao combinarem-se, as suas massas guardam entre si uma relação invariável que, expressa pelos menores números inteiros, isto é, na sua expressão mais simples, é 1 para 8 (1:8).
Poderíamos multiplicar os exemplos com as combinações binárias do oxigênio com os metais, formando os óxidos metálicos, do flúor, cloro, bromo, iodo e astato, formando os fluoretos, cloretos, brometos, iodetos e astatetos, respectivamente, do enxofre, formando os sulfetos, etc.; poderíamos considerar outros tipos de reações químicas, como as de simples substituição de elementos em substâncias compostas, as reações mútuas entre compostos, como poderíamos considerar também outras leis das combinações químicas.
O que queremos ressaltar é que os compostos orgânicos se formam a partir dos mesmos elementos químicos que entram na composição dos compostos inorgânicos ou minerais e obedecendo às mesmas leis de conservação e de proporcionalidade. Os compostos orgânicos apresentam somente a particularidade de terem todos como elemento primordial o carbono, vindo depois, em importância, o hidrogênio, o oxigênio e o nitrogênio (azoto), em seguida o enxofre, o ferro e outros metais e muitos outros elementos. Dizendo, entretanto, que os compostos orgânicos se constituem dos mesmos princípios elementares e obedecem às mesmas leis que os compostos inorgânicos ou minerais, estamos nos referindo a esses compostos considerados em si mesmos, isoladamente ou apenas como substâncias individuais e específicas; não, porém, como participantes dos conjuntos biológicos, nas células, nos tecidos, órgãos e organismos, vegetais ou animais, porque aí essas substâncias estão conjugadas numa integração funcional para constituírem uma unidade viva, o que reclama evidentemente uma força integradora. Essa força existe e é inerente a uma substância sutil e altamente hierarquizada que se chama princípio vital. É este princípio que comunica aos vegetais e aos animais a vida orgânica, possibilitando-lhes o exercício de todas as funções vitais.
O ser vivo, porém, nunca se mostra desde o inicio da sua existência como o conhecemos no indivíduo adulto. Vegetal ou animal, procede sempre de um gérmen. Os germens são sistemas orgânicos minúsculos, em que potencialidades funcionais se encontram em estado latente, à espera de condições propícias de calor, umidade, meio nutritivo apropriado, para eclodirem, determinando o crescimento, o desenvolvimento e a multiplicação celular, de modo que surja do gérmen o embrião, e do embrião o ser completo.
Foi a partir desses germens que a vida apareceu na Terra. No começo, quando tudo era ainda caos, os elementos se mantinham separados, em sutilíssimo estado de fluidez e disseminados na imensidão do Espaço. Pouco a pouco foram cessando as causas que os mantinham afastados e eles se foram combinando, obedecendo às recíprocas afinidades, de acordo com as condições que iam surgindo e conforme as leis das combinações químicas. Formaram-se, assim, todas as modalidades de matéria e até mesmo a matéria dos germens das diversas espécies animais e vegetais. Só que neles a vida permanecia ainda latente. Como as sementes e as crisálidas, que permanecem inertes até que condições propícias lhes proporcionem o fluido vital que lhes comuniquem o movimento da vida. Uma vez formados a partir dos seus germens, os seres vivos traziam em si mesmos, absorvidos, os elementos que poderiam servir para a própria formação e passaram a transmiti-los, plantas ou animais, segundo as leis da reprodução. Também a espécie humana terá do mesmo modo surgido na Terra, que lhes conteria na atmosfera ou na própria crosta os germens, é possível que aí tenhamos o significado da expressão: “E criou Deus o homem com o pó da terra”. São também muito instrutivas, a esse respeito, as respostas que os Espíritos deram a Kardec, quando lhes formulou as perguntas seguintes, com as quais encerrou esta síntese: “Donde vieram para a Terra os seres vivos?”. “A Terra lhes continha os germens, que aguardavam o momento favorável para se desenvolverem. Os princípios orgânicos se congregaram, desde que cessou a atuação da força que os mantinha afastados, e formaram os germens de todos os seres vivos. Estes germens permaneceram em estado latente de inércia, como a crisálida e as sementes das plantas, até o momento propício ao surto de cada espécie. Os seres de cada uma destas reuniram, então, e se multiplicaram”. “A espécie humana se encontrava entre os elementos orgânicos contidos no globo terrestre?”. “Sim, e veio a seu tempo. Foi o que deu lugar a que se dissesse que o homem se formou do limo da terra”. “Se o gérmen da espécie humana se encontrava entre os elementos orgânicos do globo, por que não se formam espontaneamente homens, como na origem dos tempos?”. “O princípio das coisas está nos segredos de Deus. Entretanto, pode dizer-se que os homens, uma vez espalhados pela Terra, absorveram em si mesmos, os elementos necessários à sua própria formação, para os transmitir segundo as leis da reprodução. O mesmo se deu com as diferentes espécies dos seres vivos”.
Sabemos, pela revelação dos Espíritos Superiores, que ao criar Deus o cosmo ou a matéria primitiva, estabeleceu também leis, a ela inerentes, para reger as suas transformações. Essas leis são em verdade meras diversificações de uma lei maior que a todas abrange e resume. Tudo no Universo é atração e magnetismo. A gravitação universal governa os movimentos dos mundos, mantendo-os em suas órbitas, como a gravidade condiciona o peso dos corpos, inexoravelmente atraindo-os para o centro da Terra; a força de coesão atrai as moléculas das substâncias, mantendo-as solidariamente unidas para as massas dos corpos, e a de afinidade química preside à atração entre os átomos dos diferentes elementos, mantendo-os ligados, combinados nos compostos químicos.
Nada existiria, entretanto, nem o cosmos, nem as forças cósmicas atuando na formação dos mundos e dos seres, não fosse a Vontade Divina, por cuja ação soberana, tudo em realidade se criou. O começo absoluto das coisas, diz o Espírito Galileu, remonta, pois, a Deus. As sucessivas aparições delas no domínio da existência constitui a ordem da criação perpétua. Nada mais podemos avançar senão que a matéria cósmica é a fonte eterna e imensa de onde Deus, pelo seu pensamento e vontade faz surgirem os mundos e os seres. A matéria cósmica primitiva continha e contém todos os elementos materiais, fluídicos e vitais de todos os mundos que se formaram a continuam a formar-se, pois a criação continua sempre.
Kardec perguntou aos Espíritos prepostos à Codificação: “Poderemos conhecer o modo de formação dos mundos?”. E eles responderam: “Tudo que a esse respeito se pode dizer e podeis compreender é que os mundos se formam pela condensação da matéria disseminada no Espaço”. Mas ele perguntou também se os mundos uma vez formados podem desaparecer, disseminando-se no Espaço a matéria que os compõe, e foi esta a resposta: “Sim, Deus renova os mundos, como renova os seres vivos”.
Parece, pois, que os mundos têm seus ciclos de formação, de evolução para que se tornem moradas apropriadas aos seres que os deverão habitar, e de desaparecimento, quando a matéria condensada de que se constituíram se desagregará, voltando novamente ao estado fluídico, retornando, assim, à fonte primitiva de onde saíra, o Cosmo.
Para Meditar:
Ante a Lição
“Considera o que te digo, porque o Senhor te dará entendimento em tudo”. Paulo. (II Timóteo, 2:7).
Ante a exposição da verdade, não te esquives à meditação sobre as luzes que recebes.
Quem fita o céu, de relance, sem contemplá-lo, não enxerga as estrelas; e quem ouve uma sinfonia, sem abrir-lhe a acústica da alma, não lhe percebe as notas divinas.
Debalde escutarás a palavra inspirada de pregadores ardentes, se não descerrares o coração para que o teu sentimento mergulhe na claridade bendita daquela.
Inúmeros seguidores do Evangelho se queixam da incapacidade de retenção dos ensinos da Boa Nova, afirmando-se ineptos à frente das novas revelações, e isto porque não dispensam maior trato à lição ouvida, demorando-se longo tempo na província da distração e da leviandade.
Quando a câmara permanece sombria, somos nós quem desata o ferrolho à janela para que o sol nos visite.
Dediquemos algum esforço à graça da lição e a lição nos responderá com as suas graças.
O apóstolo dos gentios é claro na observação.
“Considera o que te digo, porque, então, o Senhor te dará entendimento em tudo”.
Considerar significa examinar, atender, refletir e apreciar.
Estejamos, pois, convencidos de que, prestando atenção aos apontamentos do Código da Vida Eterna, o Senhor, em retribuição à nossa boa-vontade, dar-nos-á entendimento em tudo.
(“Fonte Viva”, pelo Espírito Emmanuel, psicografia de Chico Xavier).
Fontes de consulta: O Livro dos Espíritos, questões 38,39,41,44,47 e 49.
“A Gênese”, Allan Kardec, Uranografia Geral, itens 3, 6,7,10,17,20, e 22.

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